Ativistas do Black Bloc são presos e Justiça do Rio de Janeiro proibe uso de máscaras em manifestações


Como tática, os Black Blocks se posicionam na frente das manifestações (foto: Ruy Barros)

Como tática, os Black Blocs se posicionam na frente das manifestações (foto: Ruy Barros)

Adeptos da tática anarquista Black Bloc foram presos nesta quarta-feira (4) no Rio de Janeiro. Seis administradores e um criador de conteúdos da página do Facebook dos ativistas foram acusados de formação de quadrilha armada e incitação à violência. Os dois crimes são inafiançáveis.

A decisão é da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do estado, que atendeu ao pedido da Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismos em Manifestações Públicas (CEIV). A Comissão, criada no fim de julho por um decreto do governador Sérgio Cabral (PMDB), é formada por representantes do Ministério Público e das polícias Civil e Militar.

Com isso, quem for flagrado usando máscaras, capuzes ou lenços na cabeça pode ser abordado pela polícia, que está autorizada a pedir a retirada do material usado para cobrir o rosto. Além de encarcerar, a polícia também está confiscando computadores e notebooks para levantar mais provas que possam justificar a prisão das pessoas.

A chefe da Polícia Civil, Marta Rocha, disse que o material apreendido será encaminhado ao Poder Judiciário, e que a polícia vai analisar o conteúdo .A página Anonymous Rio postou informações de que os detidos haviam sido coagidos a entregar senhas das redes sociais. Na casa de um dos presos foi recolhida uma máscara de gás como prova para justificar “a detenção do suposto criminoso’. No entanto, o equipamento é comumente usado por manifestantes para evitar a inalação de gases de gás lacrimogênio atirados pela PM.

Uma nota publicada em uma de suas páginas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para orientar juridicamente os manifestantes, afirmava ser completamente ilegal “a determinação judicial que permite condução coercitiva à delegacia de polícia  para identificação criminal de pessoa simplesmente por estar mascarada”. 

No site oficial os Black Blocks comparam a atuação da polícia com o que foi feito na Ditadura Militar. Junto da Frente Independente Popular (FIP), os ativistas convocam um ato para o dia 7 de setembro no Rio de Janeiro. O ponto de encontro será na esquina da avenida Passos com a Presidente Vargas. O Setembro Negro, como está sendo chamada a manifestação, será em apoio aos ativistas que foram presos nesta quarta-feira (4) e provavelmente se encontrará com o 19º Grito dos Excluídos.(pulsar/brasildefato)

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