Por volta da cinco horas da manhã desta terça-feira (17), o Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco removeu o Ocupe Estelita, a ocupação popular do Cais José Estelita, em Recife. De acordo com ativistas da ocupação, havia um acordo firmado com o Ministério Público e as secretarias estaduais de Direitos Humanos e Defesa Social, que foi descumprido. Até o momento a informação é de que quatro pessoas foram detidas e muitas outras ficaram feridas com estilhaços de bombas de efeito moral e balas de borracha.
Descumprindo todos os acordos que vinham sendo firmados ao longo dos últimos dias, o objetivo do mandado foi a reintegração de posse em favor do Consórcio Novo Recife. Cerca de 60 pessoas estavam acampadas desde o dia 21 de maio. A ocupação era contra o projeto Novo Recife, que prevê a construção de 12 torres com 40 andares e que, de acordo com urbanistas e ativistas, trará consequências graves ao bairro histórico de São José.
De acordo com os manifestantes, não faltaram ofensas por parte dos policiais, barracas foram rasgadas, equipamentos destruídos, alimentos inutilizados e instalações artísticas arruinadas. O processo de desocupação teria desobedecido os protocolos do próprio governo, que previam informação prévia aos ocupantes e ao Ministério Público, que teria a função de mediar uma solução sem violência.
A violenta reintegração de posse ocorre exatamente um dia após a prefeitura ter publicado um documento com diretrizes para as negociações prevendo uma audiência pública para discussão do projeto. Os participantes do movimento permanecem do lado de fora do terreno em disputa e convocam toda a sociedade a comparecer no local. (pulsar/movimento ocupe estelita)