Projetos de mobilidade urbana para Copa desalojam famílias e não melhoram transporte coletivo


 

mobilidade urbana-reportagemUma série de remoções tem ocorrido no país durante a preparação das 12 cidades-sede para receber os jogos da Copa de 2014. De acordo com a Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa, por conta das obras, 250 mil pessoas podem ser despejadas em todo o Brasil.

Esses procedimentos fazem parte do planejamento de infraestrutura em níveis federal, estadual e municipal, seguindo também as orientações dos Comitês organizadores e cumprindo exigências da Federação Internacional de Futebol (Fifa).

Um exemplo ocorre em Fortaleza. Na capital do Ceará, doze comunidades estão ameaçadas de remoção na periferia da cidade. Com a aproximação do megaevento, esse processo se acelera. Cerca de 5 mil famílias correm o risco de perderem suas casas para dar espaço a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) Parangaba-Mucuripe .

Enquanto isso, os valores dos imóveis aumenta nessas regiões, expulsando a população local.  Por isso, para alguns moradores das áreas afetadas e pesquisadores urbanistas não se trata apenas de mobilidade urbana mas sim de uma processo de favorecimento de empreiteiras e outras empresas que investem na região.

Para professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), Ermínia Maricato, as obras de mobilidade urbana realizadas para a Copa de 2014 não favorece a maior parte da população. Nessa sentido, ela critica o que as autoridades chamam de legado deixados pelos megaeventos esportivos  ao apontar os prejuízos que os jogos podem deixar para o país.

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