Em Fortaleza, mulheres organizam ato contra a cultura machista


(foto:reprodução)

(foto:reprodução)

Nesta sexta-feira (4),  o movimento feminista da cidade de Fortaleza, no Ceará, realizará o ato ‘ Não merecemos ser estupradas’. A manifestação é um repúdio as ameaças virtuais sofridas por mulheres que participaram da campanha ‘Eu não mereço ser estuprada’ pelas redes sociais.

De acordo com Ana Eufrázio, uma das organizadoras do protesto de Fortaleza, a ideia do movimento surgiu da iniciativa da jornalista Nana Queiroz de lançar  a campanha ‘Não mereço ser estuprada’,  depois do estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no qual 65% dos homens entrevistados acham que mulheres vestidas com roupas sensuais merecem ser atacadas.

Na tarde desta desta sexta-feira (4), por meio de uma errata divulgada em seu site, o Ipea notificou uma troca de gráficos na pesquisa “Tolerância social à violência contra as mulheres” e informou que 26% dos entrevistados responderam que as mulheres vestidas com roupas curtas mereciam ser atacadas e não 65%, como havia sido divulgado anteriormente. No entanto, apesar o erro, o levantamento ainda mantém um dado alarmante. Segundo o Ipea, aproximadamente 59% dos entrevistados concordam com a ideia de que se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros.

Mesmo com questionamentos de especialistas a respeito da metodologia utilizada para o estudo do Ipea, a pesquisa serviu  para despertar a consciência para a presença do machismo em diversos setores da sociedade brasileira.  Na página da campanha  ‘Eu não mereço ser estuprada’, uma série de comentários ofensivos mostram o quanto o caminho para a igualdade de gênero ainda é árduo.

Segundo Ana, uma das principais motivações para o ato ‘Não merecemos ser estupradas’, em Fortaleza, foram as ameaças que surgiram na rede social através da campanha. A ativista  relata que algumas mulheres que postaram fotos de topeless segurando um cartaz com os dizeres: eu não mereço ser estuprada, tiveram suas fotos editadas com a frase ‘eu mereço ser estuprada’ e suas imagens foram publicadas em sites pornôs.

O ato que ocorrerá hoje na Praça Ferreira, em Fortaleza, às cinco e meia da tarde, terá a presença de grupos de percussão e performances. A intenção é fazer uma manifestação simbólica que alerte a população sobre a necessidade de respeitar a mulher independente da sua roupa, cor ou credo. Para saber mais, acesse a página do evento no facebook ‘Não merecemos ser estupradas’. (pulsar)

Audios:

Faça um comentário

+ 89 = 90