Em reunião na tarde de hoje (14) com os manifestantes que ocupam a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, o presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB), reconheceu que o local escolhido para a próxima reunião da CPI dos Ônibus, que irá acontecer amanhã (15) às 10h, é um espaço muito reduzido. Os manifestantes exigem que a reunião ocorra no Plenário.
Dentre as reivindicações está a anulação da Comissão instaurada na sessão de sexta-feira (9) e a mudança do regimento interno da Casa, que data do período da Ditadura Militar. Eles já conseguiram 10 mil assinaturas em apoio as suas pautas.
A primeira reunião da CPI, que deveria ter ocorrido na última segunda-feira (12), foi adiada para amanhã. De acordo com Felippe, a reunião da Comissão, presidida por Chiquinho Brazão (PMDB), determinará procedimentos para ações futuras da CPI. Além de não ter assinado o pedido da instauração da Comissão, Brazão é acusado de envolvimento com milícias.
A Comissão foi criada para investigar o contrato de concessão entre a prefeitura carioca e as empresas de ônibus. No entanto, muitas pessoas foram impedidas de participar da sessão que escolheu Brazão como relator. Nesta terça-feira (13) os vereadores, Eliomar Coelho, Jefferson Moura, Renato Cinco, e Paulo Pinheiro, do Psol, além de Teresa Bergher (PSDB), Leonel Brizola Neto (PDT), Márcio Garcia (PR) e Reimont (PT) se reuniram e decidiram manter o pedido de renúncia de parlamentares que também não assinaram a instauração da CPI.
A reunião de amanhã foi marcada pela Comissão para ocorrer no cerimonial, um espaço que não garantiria a participação ampla da população. Diante disso, os manifestantes exigem que a reunião seja transferida para o Plenário e que haja transmissão ao vivo do lado de fora do prédio por meio de um telão.
A ocupação da Câmara, iniciada na última sexta-feira (9), ainda conta com 11 manifestantes. Eles recebem doações de água e alimentos, além de apoio de mais 30 pessoas que estão acampadas em frente a escadaria do edifício. Por exigência da Câmara do Rio, os ocupantes estão usando pulseirinhas para serem identificados. No entanto, eles não concordam com esse procedimento e demandam uma gravata de pizza. (pulsar)
Audios:
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Manifestante explica porque querem ser identificados com gravata de pizza :
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Outro fala das condições dentro da Câmara e das regras do regimento:
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