Empresas autuadas por explorar trabalhadores em condições análogas à escravidão se destacam como financiadoras de vinte e três partidos políticos. O levantamento realizado pela ONG Repórter Brasil constatou que entre os anos de 2002 e 2012 Partido Trabalhista Brasileiros (PTB) e Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) foram os que mais se beneficiaram com as doações da chamada lista suja do trabalho escravo.
Pesquisa comprova financiamento de campanhas eleitorais por escravagistas
A aliança entre empresários e políticos é alimentada pelo jogo de interesses de ambas as partes. Segundo a pesquisa, durante esses dez anos o PTB foi o que mais ganhou com os recursos. O partido recebeu mais de 2 milhões de reais de dezesseis nomes acusados de constar na lista da exploração ilegal da mão-de-obra.
De acordo com a Repórter Brasil, o PMDB foi o segundo colocado entre os partidos que mais receberam verba de escravagistas. O resultado do apoio foram quarenta candidaturas ao longo dos dez anos estudados. O valor de 1 milhão e 900 mil reais contribuiu para que doze prefeitos, seis vereadores e três deputados federais fossem eleitos.
Somente o produtor rural José Essado Neto doou 1 milhão e 600 mil reais ao partido, que o abrigou por três pleitos até alcançar o cargo de suplente de deputado estadual em Goiás em 2010. O empresário desde 2012 também faz parte da lista suja do Ministério do Trabalho e Emprego e Secretaria Especial de Direitos Humanos. Neto foi flagrado explorando indevidamente 181 trabalhadores em sua propriedade.
Além do PTB e PMDB, o recém-criado Partido Social Democrático (PSD), do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab também saiu beneficiado do dinheiro ilícito. O PSD arrecadou 22% do total das doações destinadas a campanhas eleitorais para todo o ano de 2012, ocupando o pódio do partido que mais recebeu verba no ano passado. A pesquisa completa dos políticos financiados por escravagistas está disponível no site da Repórter Brasil. (pulsar/repórter brasil)