A Polícia Federal disparou contra os indígenas, usando balas revestidas comborracha. Pelo menos três caciques foram atingidos. Além disso, umhelicóptero foi usado para intimidar os indígenas.

A operação foi marcada por ilegalidades: a Fundação Nacional do Índio(Funai) do Espírito Santo não havia sido avisada, dois funcionários da Funaiforam coagidos a presenciar a ação, e além disso, a Aracruz deu apoiologístico à operação.

A Polícia Federal montou uma base de operações na sede da Aracruz, e aempresa forneceu tratores e pessoal uniformizado para ajudar a expulsar osíndios.

De acordo com a deputada federal Iriny Lopes (PT-ES), a mistura deinteresses privados e o trabalho de um órgão público "caracteriza crime deprevaricação".

A deputada informou que pedirá ao Ministério Público Federal abertura deprocesso contra a Polícia Federal. A funionária da Funai que foi coagidatambém prometeu processar a PF.

A região onde ocorreu a violência é tradicionalmente uma área dos Tupinikime Guarani, mas na década de 1960 a Aracruz fraudou documentos para tomar asterras dos indígenas.

Nos últimos anos, os indígenas se organizaram para reivindicar 11.009hectares já definidos pela Funai como deles, mas ainda ocupados pelaAracruz. Eles lutam por uma portaria do Ministério da Justiça.(PULSAR)