O movimento das rádios comunitárias considera um absurdo manter sob sigilo um documento de interesse da sociedade brasileira, cujo teor já é conhecido, e que, passados cinco meses, ainda não percorreu os 500 metros que separam o Ministério das Comunicações do Palácio do Planalto. Nestes cinco meses mais de 1 mil rádios comunitárias foram fechadas pela repressão estatal.

Apesar de não concordar com o conteúdo do relatório, as entidades querem iniciar um processo de discussão sobre ele.

Ontem, 23 de janeiro, o movimento se reuniu com representantes do Minicom e recebeu mais uma vez a notícia de que não havia data para tornar o documento oficial. Então, em conjunto, as entidades decidiram protocolar o documento para que seja de conhecimento do presidente da República, acabando com a situação de espera.

Além de encaminhar o documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, solicitam que o relatório seja tornado público para sua discussão.

O texto do ofício que acompanha o relatório lamenta que a eleição do Presidente Lula tenha gerado “uma grande expectativa, frustrada até a data, de que seriam atendidas nossas reivindicações, cumprindo as promessas de campanha”.

Também as entidades de radiodifusão comunitária destacam que os sucessivos ministros de comunicações “criaram políticas para o setor, que fizeram deste governo o mais repressor da história brasileira”.

Encaminham o documento as seguintes entidades: Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc), Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Associação Brasileira de Canais Comunitários (Abccom), Federação das Associações de Radiodifusão Comunitária do Rio de Janeiro (Farc), Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF), Sindicato das Entidades Mantenedoras do Sistema de Radiodifusão Comunitária de São Paulo (Sinerc).(PULSAR)