Após uma década, julgamento da Chacina de Unaí será iniciado

Crime matou 4 funcionários do Ministério do Trabalho (foto: reprod.)

Crime matou 4 funcionários do Ministério do Trabalho (foto: reprod.)

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais promove hoje (26) uma audiência pública sobre a Chacina de Unaí. Quase dez anos depois do crime, que ocorreu no noroeste de Minas Gerais,  o julgamento vai ser iniciado, estando marcado para a manhã de terça-feira (27), na sede da Justiça Federal em Belo Horizonte.

Nessa primeira fase, serão julgados os réus que estão presos pelos crimes de homicídio qualificado e formação de quadrilha. Existe a expectativa de que os acusados de serem os mandantes sejam levados ao tribunal, em 17 de setembro.

O crime ocorreu em 28 de janeiro de 2004, quando três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego foram emboscados em uma rodovia vicinal e alvejados na cabeça. Os funcionários apuravam possíveis irregularidades trabalhistas em colheitas de feijão.

Entre executores e mandantes, o número de réus chegou a nove – um deles morreu no início deste ano. Mesmo sem relação direta com o tema, em homenagem aos quatro servidores mortos, 28 de janeiro tornou-se por lei o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.

Dois dos acusados são os irmãos Antério e Norberto Mânica. Candidato pelo PSDB, Antério foi eleito em 2004 e reeleito em 2008 prefeito de Unaí, cidade a 170 quilômetros de Brasília e a 600 de Belo Horizonte. Já o fazendeiro Norberto é conhecido como “rei do feijão”.

Ambos respondem pela acusação de homicídio qualificado. Segundo o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, o objetivo é julgar os outros cinco réus ainda durante o período de convocação do Tribunal do Júri, que vai de amanhã até 27 de setembro.

Passados quase dez anos, a presidenta do sindicato dos fiscais Rosângela Rassy avalia que as condições de trabalho não melhoraram. Além da falta de fiscais, Rosângela afirma que ainda há riscos para os auditores tanto no campo como na cidade. (pulsar/brasilatual)

 

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