Previstas no contrato de concessão do Maracanã à iniciativa privada, as demolições no entorno do estádio não vão mais acontecer. Após anunciar na semana passada que o Parque Aquático Julio Delamare e o Estádio de Atletismo Célio de Barros não seriam derrubados, o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, anunciou hoje que a Escola Municipal Friedenreich também permanecerá onde está, colada à estátua do Bellini, entrada principal do Maracanã.
A demolição da escola era a última que ainda não havia sido cancelada. Em fevereiro, o governo já havia recuado da intenção de demolir o prédio histórico do antigo museu do índio, onde indígenas fundaram a Aldeia Maracanã e defendiam a consolidação de um centro de referência indígena. A previsão inicial era de que no lugar de todos espaços destruídos fossem construídos estacionamentos e centros comerciais que garantiriam a lucratividade do negócio.
No entanto, apesar dos recuos do governo, a concessionária Maracanã S/A anunciou há pouco que manterá o controle do Complexo do Maracanã. Em nota, “a concessionária reitera que permanece à frente da concessão do Maracanã e que vai encontrar uma alternativa à sua viabilização e continuidade após a resolução do Governo”.
Imediatamente, movimentos que participam da campanha ‘O Maraca é Nosso!’ reagiram pela internet e prometeram ir às ruas pela anulação da privatização do Maracanã. Pelo Facebook, o Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas afirmou que “não adianta recuar das demolições e manter a privatização criminosa”.
Enquanto isso, o prédio histórico do antigo Museu do Índio foi reocupado por 12 índios na tarde de ontem (5). Uma reunião será realizada na tarde de hoje (6) entre a Secretaria de cultura do Rio de Janeiro e os indígenas no próprio local (pulsar)