Amanhã, 5 de dezembro, os sobrinhos do engenheiro torturado Raul Amaro, Felipe e Raul, lançam um relatório com revelações importantes sobre o caso que aconteceu durante a ditadura militar. A pesquisa foi realizada em parceria com Marcelo Zelic, coordenador do projeto Armazém Memória.
Num momento de criação das comissões da verdade, que investigam os diversos crimes cometidos pelo Estado brasileiro entre os anos de 1937 e 1985, o lançamento da pesquisa revela informações importantes sobre o crime cometido contra Raul Amaro. Em 1971, no período da ditadura militar, Amaro foi preso numa blitz policial no Rio de Janeiro. Após 11 dias, o engenheiro de 27 anos morreu no Hospital Central do Exército por não ter resistido aos ferimentos das torturas. Na época, o caso foi tratado como uma fatalidade.
O corpo de Raul foi entregue à família, que em 1979 entrou na justiça. Somente 15 anos depois, em 1994, foi divulgada a sentença definitiva que considerou o Estado culpado pela morte.
Com base em documentos de arquivos públicos e depoimentos de amigos de Raul Amaro, a pesquisa apresenta informações inéditas, como um documento que comprova a ordem do Exército para um interrogatório um dia antes de o engenheiro morrer no hospital. Também são apresentados na pesquisa os nomes dos possíveis executores de Raul e a queda da versão oficial do caso, publicado no jornal O Globo.
A pesquisa será entregue à Comissão Nacional da Verdade e à Comissão da Verdade do Rio, no auditório da comissão do Rio, às 9h. (pulsar)