Operação da Polícia Federal em terra indígena termina em violência no Sul da Bahia


Balas recolhidas após operação policial em aldeia indígena na Bahia (foto: reprodução Cimi)

Balas recolhidas após operação policial em aldeia indígena na Bahia (foto: reprodução Cimi)

No último domingo (2) uma operação em conjunto das polícias Federal, Militar e Força Nacional na aldeia Tupinambá da Serra do Padeiro, em Ilhéus, terminou em violência contra os indígenas e na retirada de um menino de dois anos dos pais.

A operação foi realizada após uma denúncia de que na Fazenda São José, local onde se encontra a aldeia, criminosos foragidos da Justiça estariam utilizando a área para fins ‘escusos’.

Os ‘criminosos’ apontados na denúncia eram os indígenas que ocupam o território já identificado pelo Ministério da Justiça há mais de 50 anos. Segundo relatos do povo Tupinambá, os federais entraram na comunidade atirando a ponto dos indígenas recolherem dezenas de cápsulas de bala pelo chão.

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), durante a correria para se proteger das balas, M.S.M. de dois anos se perdeu dos pais. Os policiais encontraram o menino e o levaram para o Conselho Tutelar de Ilhéus. De lá, a criança foi encaminhado para uma creche por determinação da Vara da Infância e Juventude.

O delegado Severino Moreira da Silva, responsável pela operação, alega que o menino foi abandonado pelos pais. No entanto, a versão é contestada pelo cacique Rosivaldo Ferreira dos Santos Tupinambá, o Babau. Segundo a liderança, todos da comunidade fugiram para o mato como tática de proteção e resistência após os tiroteio e nesse momento o menino se perdeu. Quando o pai voltou para resgatá-lo a polícia já havia levado a criança.

M.S.M segue longe da família. Nem mesmo a intervenção de um representante da  Fundação Nacional do Índio (Funai) foi suficiente para que a criança voltasse para os pais. (pulsar/cimi)

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