Jovem negro é espancado e preso em poste no Rio de Janeiro


Tranca utilizada para prender bicicletas e não seres humanos. (foto: reprodução)

Tranca para prender bicicletas e não seres humanos. (foto: reprodução)

Espancado, nu, com a orelha cortada e preso num poste pelo pescoço. Assim foi encontrado um jovem suspeito de ter cometido furtos no bairro do Flamengo, Rio de Janeiro, na última sexta-feira (31). De acordo com o relato do rapaz, três homens que usavam motos e se intitulavam ‘os justiceiros’ cometeram o crime alegando trabalhar em nome da justiça.

A imagem do adolescente preso ao poste pelo pescoço com um cadeado de bicicleta tem corrido as redes sociais e causado muita polêmica. Além de legitimar a ação do grupo de extermínio, comentários postados afirmam que ‘os justiceiros’ deveriam ter ateado fogo no corpo do suspeito.

A defesa da barbárie, do linchamento de pessoas em vias públicas e da formação de grupos como ‘os justiceiros’ torna o cenário ainda mais propício para o surgimento de novas forças paramilitares que já existem na periferia do Rio. Para a cientista social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Lia Rocha, todas as medidas não oficiais que não correm pelo canal democrático, como é o caso das milícias, enfraquecem o Estado de direito e colocam as pessoas sob um regime de opressão, perda de liberdade e medo.

A socióloga destaca que esse caminho de defender ações ‘justiceiras’ acaba sendo perigoso para a própria sociedade. Lia ainda alerta que para o poder público não perder a sua legitimidade é fundamental que este crime não fique impune. (pulsar)

Audios:

  • Lia Rocha, cientista social :

    A socióloga alerta para o risco de apoiar ações de grupos que 'dizem fazer justiça'.

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