Cerca de cem entidades e representantes de movimentos sociais apresentaram nesta segunda-feira (2) uma carta em defesa da luta dos agricultores da Chapada do Apodi, no Rio Grande do Norte, contra o chamado ‘projeto da morte’ que expulsará mais de seis mil camponeses da região.
O projeto do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) visa à implantação do Perímetro Irrigado Santa Cruz do Apodi. O empreendimento foi elaborado sem qualquer participação das comunidades que há tempos vivem e produzem naquele território e.prevê o monocultivo de cacau e uva no sertão com uso intensivo de agrotóxicos.
O documento apresentado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) defende a Reforma Agrária como instrumento para acelerar o desenvolvimento social do país e questiona o modelo de produção de alimentos que compromete os bens naturais e a cadeia produtiva familiar em benefício do agronegócio.
Não é a primeira vez que o do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas lança um projeto de irrigação nesta região. No final dos anos 80, o órgão emplacou o mesmo empreendimento no lado cearense da Chapada do Apodi. Os municípios de Limoeiro do Norte, Quixeré e Russas, que receberam o projeto, foram ocupados por cinco grandes empresas de fruticultura.
O excesso do uso de agrotóxicos pelas companhias trouxe um dado nada positivo para essas três cidades. De acordo com a Repórter Brasil, a incidência de câncer é 38% maior nesses municípios do que em outras localidades que também possuem a economia voltada para a agricultura. (pulsar)