Na última terça-feira (17), o movimento Bom Senso FC, em carta encaminhada a José Maria Marin, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), lamenta o desdém com que os jogadores vêm sendo tratados pela entidade. Os atletas buscam melhores condições de trabalho, limite do número de jogos, pré-temporada e férias. Na carta, o grupo ainda se coloca em relação ao término do Campeonato Brasileiro deste ano dentro do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
A carta se inicia dizendo que o Bom Senso, em apenas três meses de existência, já reúne mais de mil jogadores em prol de um futebol melhor para todos. Cheio de ironias, o texto continua afirmando que o grupo é democrático e que todos os envolvidos podem votar, opinar e participar, ao que o senhor Marin não estaria acostumado. O presidente da CBF foi colaborador da ditadura militar entre os anos de 1964 e 1985.
Na semana passada, a CBF divulgou em seu site que os jogadores não poderão atuar em mais de sete jogos num período de 30 dias. Porém, a regra não vale se o jogador estiver envolvido em disputas de quartas de final, semifinais e finais da Copa do Brasil e Libertadores. A maneira encontrada pela organização para garantir uma das cobranças centrais dos atletas, que querem um calendário mais racional, com menos partidas por ano e mais espaço entre um jogo e outro, foi muito criticada.
As críticas incluem também a não paralisação dos torneios nacionais para os jogos da Fifa. Um dos problemas na definição do calendário de 2014 é a Copa do Mundo. Devido à competição, os campeonatos terão uma pausa.
A carta ainda volta a cobrar a implantação do Fair Play Financeiro, com críticas à proposta feita pela entidade e assinada por alguns clubes. Na nota emitida na última semana, a CBF lava as mãos para problemas trabalhistas, afirmando que devem ser tratados entre jogadores e entidades. A proposta dos jogadores é que seja criada uma punição esportiva para aqueles que atrasem o pagamento ou cometam infrações na relação com os funcionários. (pulsar)